sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A pequena Semente


Como pôde mãe, me assassinar assim de forma tão inconsciente?
Será que não percebe a minha importância, e o meu desejo de viver?
Mãe, você não pode me ver, mais sou sua filha, sou loira, de olhos azuis, seria magra e alta, como você.
Sabe mãe eu te amo tanto, como pôde me desprezar, assim?
E o papai, então, nem toma conhecimento, nem questiona, não participa e se comenta sobre mim, me chama de lixo.
Ai! Que fiz para os dois me desprezarem, assim?
Sabe, meus pais...Eu queria crescer e ser uma ótima cientista Bióloga, que luta pela vida, pela saúde, pela humanidade, mas...Já é tarde, não poderei ser mais nada, serei, em breve, lixo e descartada.
Eles estão chegando e já me pegaram com uma enorme pinça.
Adeus meus pais e irmãos, como vocês sabem, vão me dividir e tirar uma parte de mim, não sei qual, não importa, já...Não existo mais...


Elisabete Lauriano
Votorantim/SP
2006

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