terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Aprendizagem


A Aprendizagem compreende adquirir conhecimentos que vão mudar o comportamento como resultado dessa absorção de novos conhecimentos ou novas experiências, ou seja, a aprendizagem é uma nova resposta que foi interiorizada, consolidada, sendo  estável e durável.
Esse processo se dá através das experiências, que o individuo assimila enquanto interage com o seu meio social, relação esta que integra condições internas, ou seja, a subjetividade o indivíduo e a sua objetividade, ou seja, as condições externas, que o meio lhe oferece onde ocorre um estímulo desencadeando um processo sensório-neuro - psicológico entre as condições internas e externas, isto é, o indivíduo recebe um estímulo e imediatamente todo seu corpo (em processo mental / corporal) dá a resposta.
No processo de aprendizagem desencadeia diversas funções cerebrais: funções de decodificação, transdução, armazenamento (memórias), combinação, codificação, reforço, etc.
Alguns autores que esclarecem mais conhecimentos sobre a aprendizagem: Tolman, Pavlov, Thorndike, Guthrie, Skiner, Hebb, Anokhine e outros.
A Aprendizagem normal ocorre quando as funções cerebrais e sistema nervoso central e periférico estão presentes e integras, assim como as funções psicodinâmicas e sócio-dinâmicas, isto é, para que ocorra a aprendizagem deve haver uma inter-relação do conjunto de sistemas psiconeurológicos, que compreende três componentes de processamento(Fonseca,V.da; 1979, p.43.):
·             Processamento sensorial: evocam as relações entre os sistemas neurosensoriais visuais,auditivos e tátil-cinestésicos, que se relacional e se integram em áreas especificas no cérebro , por níveis diferenciados: uns intra-sensoriais, outros intersensoriais e integrativos.
 
·             Processamento cognitivo, põem em destaque a hierarquia da experiência diferenciada em quatro níveis:
1-           Percepção- Processo de conversão, seleção e interpretação das sensações;
2-           Imagem – Processo que diferencia a percepção da retenção, permitindo a relação com a sensação depois desta ter sido interrompida;
3-           Simbolização – Processo de reexperimentação de equivalência
         significativa e de representação interior da experiência;
4-           Conceptualização – Processo de classificação e de categorização da informação através de sistemas de agrupamentos de atributos, que permitem a formação de conceitos e o acesso à abstração e ao pensamento formal.

·             Processamento de conteúdo, colocam em jogo a especialização hemisférica, condição antropológica básica da evolução, diferenciando as funções do hemisfério direito das do hemisfério esquerdo.

O hemisfério direito, responsável pelos conteúdos não verbais, realiza preferencialmente as seguintes funções:

Funções visuais:
- localização de pontos em duas dimensões;
-enumeração de pontos e formas;
-reconhecimento de faces e de figuras sem significado.

Funções manuais (tátil –cinestésicas)
-reconhecimento de relevo (tipo Braille);
-reconhecimento de estruturas.

Funções auditivas:
-sons da vida quotidiana;
-padrões melódicos.

O hemisfério esquerdo tem sido considerado responsável pelos conteúdos verbais.Realiza, segundo Kimura (1973) preferencialmente, as seguintes funções:

Funções  visuais:
-reconhecimento de letras e palavras;

funções manuais (tátil –cinestésicas):
-movimentos complexos;
-fala.

Funções auditivas:
-reconhecimento das palavras;
-reconhecimento de sílabas.
                                                      
E evidente que as funções são, por um lado intra-hemisféricas, mas por outro, inter-hemisféricas e integrativas. Em todos os produtos do comportamento humano, fala, movimento, etc. se  verifica o corolário das co-funções hemisféricas, que no fundo caracteriza, todas as realizações práxicas e simbólicas especificamente humanas como sejam as aquisições da leitura e da escrita.

   

 OS TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM

Como podemos observar as citações acima, é necessário que as funções cerebrais e todo o conjunto do sistema nervoso estejam em equilíbrio para que ocorra a aprendizagem, se houver qualquer distúrbio a aprendizagem estará comprometida.
A linguagem oral é o principal instrumento de comunicação das crianças com as pessoas que a cercam, seus pais, professores e colegas. Para desenvolver a comunicação oral desde cedo, é importante diversificar os assuntos em sala de aula e abrir espaços para que os alunos possam compartilhar e trocar suas idéias (revista nova escola, 2006: 38).

A aprendizagem da criança inicia-se já desde o nascimento e continua na aquisição da linguagem, com a qual se comunica: verbal e escrita, adquirindo conhecimentos para sua sobrevivência, e participação social. É no seio da família que adquire seus primeiros conhecimentos, sua visão de mundo, essa aprendizagem perdura por toda a vida, desde a fase escolar, infância adolescência e fase adulta, assim alcançando sua autonomia.
Os transtornos da aprendizagem se apresentam na inabilidade ou incapacidade de exercer a leitura, escrita, matemática, não conseguindo alcançar o nível esperado no desenvolvimento escolar e na capacidade intelectual para sua idade.
No quadro de Deficiência Mental (DM), ocorre transtornos severos da aprendizagem, a Associação americana de desenvolvimento mental, define: “A condição na qual o cérebro, órgão essencial da aprendizagem, está impedido de atingir um desenvolvimento adequado, dificultando a aprendizagem no indivíduo, privando-o, de ajustamento social”.   
Os Transtornos da aprendizagem são evidentes em crianças normais, quando estas apresentam déficits da aprendizagem e havendo a certeza de que não há distúrbios ou seqüelas de nenhuma espécie na mesma.
Respeitando a modalidade cognitiva de cada indivíduo, ressaltamos os transtornos da aprendizagem, esclarece Fonseca, 1987: 
·             Dificuldades da linguagem interior;
              Dificuldades da linguagem falada: problemas receptivos e
              Receptivos;                         
·             Abordagem à disnomia, disfasia e disartria;
·             Dificuldades da linguagem escrita: problemas receptivos e
        expressivos;
·             Abordagem à dislexia ( auditiva e visual), à disgrafia e à  
        Disortografia;
·             Dificuldades da linguagem quantitativa: problemas perceptivos   
         e integrativos;
·             Abordagem a discalculia, etc.



Referência

LAURIANO, Elisabete, A Educação Especial em Síndrome de Down e a importância da intervenção psicopedagógica nesse contexto: Referências Bibliográficas, Artigo Científico realizado no curso de Pós Graduação em Psicopedagogia, Faculdade Anhanguera/ Sorocaba/SP, 2010.

ROTTA, Newra Tellechea, OHLWEILER, Lygia, RIESGO, Rudimar dos Santos, Transtornos da Aprendizagem, abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar, Porto Alegre: Artmed Editora AS., 2006, 480 p. :il., 25 cm..

MANZINI, Eduardo José, Linguagem, cognição e ensino do aluno com deficiência, Unes, 1.ed., SP, Marília Publicações, 2001. 

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