quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Entrevista com a Enfermeira e Coordenadora de UBS Maria Lúcia Soares

Você pode nos relatar como é sua jornada de trabalho?
Dentro do trabalho diário na Unidade Básica de Saúde (UBS), é necessário saber dividir a rotina de trabalho - Gerencial, e do Atendimento de Enfermagem; pois para mim, mesmo exercendo a parte Gerencial, não se pode deixar de ser Enfermeira, até mesmo para se manter  o controle de tudo o que acontece dentro da UBS.
Conhecer as pessoas, os clientes que frequentam e utilizam os nossos serviços, cabe ainda esclarecer que apesar do atendimento Gerencial a Enfermeira é sempre líder da Equipe e precisa se mostrar como tal, pois a liderança se conquista, não se impõe, e este exercício talvez seja o mais árduo dos exercícios.

O que? Ou quem? Incentivou você a trabalhar nesta área?
Desde pequena ou seja mais nova, sempre desejei muito trabalhar na área da saúde. 
E após o estágio de Enfermagem num Hospital, surgiu a oportunidade de trabalhar no Laboratório de Análises Clínicas em outra Unidade Hospitalar, era tudo o que eu queria... Então em 1984 lá estava eu nos bancos da Faculdade de Enfermagem.
Já experimentei quase de tudo na profissão, mas me identifico muito com Urgência e Emergência, apesar de hoje não estar atuando nesta área.
A UBS hoje é mais do que esperei... e meu dia é super animado, se fosse relatar todas as experiências do meu trabalho escreveria um livro... Não posso esquecer também de minha outra paixão "o Ensino da Ciência e Arte da Enfermagem", parece mágico ver pessoas se transformando dia a dia em profissionais.
Agradeço sempre a Deus por poder exercer essas duas profissões, que tanto amo.

Qual maior obstáculo enfrentado na profissão?
O primeiro obstáculo foi ser rotulada como a moça do Laboratório, pois continuei a exercer a Enfermagem no mesmo Hospital em que trabalhei no Laboratório anteriormente, após me consolidar como Enfermeira o difícil foi vencer os medos e inseguranças de todo recém formado, que se questiona:  "Será que é isso mesmo que quero fazer na vida?".
Em seguida é perceber o quanto a profissão exige do profissional, horas muito extensas de trabalho, jornadas duplas de trabalho, e até triplas, quando também tenho que ser dona de casa, etc...
Até mesmo enfrentar dias de desânimos por ver que o profissional é tão importante na função da prevenção e observar que na verdade as pessoas desejam atendimento médico, quando estão doentes e não valorizam a Prevenção.

Cite uma compensação.
Apesar de tantos rótulos ruins é muito bom saber que ainda existem pessoas agradecidas pelo nosso trabalho, que referem confiar em nosso trabalho, e para mim principalmente é ter a sorte de ter durante todos estes anos de profissão,  Equipes de Trabalho que sempre dignificaram a profissão, com atendimentos humanizados e científicos,  pois acredito sempre numa Enfermagem comprometida e científica, capaz de mostrar sempre o seu grande valor.


Mensagem aos Leitores
Dedico esta entrevista a todos que também como eu acreditam que é possível, mesmo nos dias de tempestades oferecer o que de melhor existe no ser humano e na profissão da Enfermagem.
À toda Equipe que hoje desenvolve um trabalho comigo de forma integra e feliz.



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