sábado, 22 de outubro de 2011

Entrevistando Meus Pais em homenagem a todos os tecelões das Fábricas de Tecidos

NELSON LAURIANO -75anos
Começou a trabalhar aos 14 anos de idade, como Enchedor de Tambor da máquina do Tear, colocando canilhas com linhas para alimentar a fiação do tecido, dentro de um ano exerceu as funções de Enchedor de Tambor, Tirador de canilhas vazias, que eram levadas à outra área ( Fiação ou Espuladeira) para recarregá-las, aos 15 anos já era tecelão.
Também trabalhava paralelamente como alfaiate, confeccionando calças sociais, para seus colegas de trabalho.
Este homem de Deus sempre teve prazer em aprender, em estudar, passava noites aprendendo a ser Técnico em Eletrônica, aprendeu a montar e consertar rádios e televisores.
Um homem de opinião foi Vanguardeiro de Votorantim na época da emancipação de cidade.
Tem saudades em lembrar dos companheiros de trabalho, embora essa profissão fosse um trabalho pesado, cansativo, repetitivo e em local insalubre.
Meu pai dá graças a Deus por ter trabalhado 25 anos e aposentado neste firma, e agora goza dos frutos dessa jornada.  



MARIENE  QUEIROGA LAURIANO - 73anos

Minha mãe começou a trabalhar com 15 anos, como Enchedora de Tambor da máquina do Tear, colocava as canilhas com fios no tear, para tramar ou fiar os tecidos, que eram divididos por tipos de tecidos ( Rami, Fioco, Gorgorão, Linho, ), tecidos de algodão beneficiados, recebiam o nome de tecidos de Algodão Liso.
Anos depois a fábrica utilizaria Teares transformados, que confeccionavam tecido axadrezados, as maquinetas em 28 teares desse tipo, esta área era chamada de Xadrez.
Tipos de Teares em qual trabalharam: Americano (Drap), Inglês (Liso), Japones e Jaquar.
A jornada de trabalho era de 08horas, com apenas 30 minutos de descanso para a alimentação.
Trabalhou 25 anos e aposentou com aposentadoria especial em 1979.
Além do serviço na fábrica, sempre fez trabalhos manuais como crochê, trico, fazendo enchovais para bebês, para suas colegas de trabalho, tapetes de barbante, toalhinhas de crochê para decoração dos lares, etc.
Embora fosse um serviço pesado e insalubre, também tem saudades desse tempo, e dos amigos que batalhavam juntos nessa peleja diária.

Os dois se conheceram na fábrica começaram a namorar, depois de 4 anos se casaram. Construiram suas vidas, tiveram 5 filhos, hoje tem 16 netos e 10 bisnetos.

Declaração:

Nelson: O Tear foi a máquina, que revolucionou o mundo.

Mariene: Graças a Fábrica de Tecidos  Votorantim é que a cidade de Votorantim se formou.

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