quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Experiência de Vida

 Ser vovó é o máximo.


“Ser mãe é padecer no paraíso”;
Ser avó é regalar-se, nele...”.

Ficamos com a parte boa, mimar, brincar, ninar, passear, etc...
Que delícia ver, carregar, nossa continuação, nossa semente, nossa herança, quantas expectativas, quantos planos, sonhos...
As emoções se misturam, ansiedade, alegria, medo, insegurança, apreensão, preocupações, e tudo mais, enquanto é preparado aquele novo ser, aquela sementinha, que não cansamos de admirar, embora ainda informe, através do milagre da tecnologia, o ultra-som.
Depois, com o pacotinho já nos braços, que benção de Deus, que cheirinho gostoso de nenê, quanta admiração, os pezinhos, as mãozinhas.A boquinha, do bebê, todo o seu corpo lindo, perfeito, frágil, o chorinho, parece um gatinho miando...
Oh! Meu Deus! Como és bondoso, maravilhoso.E tudo faz com perfeição...
O circuito da vida prossegue lento, contínuo, vida vai, vida vem, o tempo carrega as emoções...
O tempo tenta apagar as experiências, o tempo teima e tenta apagar as recordações...Só ficam as marcas, as cicatrizes, marcando a vida, marcando a história, marcando a carne e a alma...
Marcas, que são deixadas por cada um de nós, durante nossa caminhada, aqui na terra dos viventes...
Cada qual tem sua essência, que permanece aqui e que as gerações vindouras com certeza, aprenderão com nossas experiências...
Deixamos nossas pegadas na terra, mostrando com os rastros o caminho árduo a ser seguido. Fazemos trilhas, que podem ser de flores belas e perfumadas ou infelizmente de pontiagudos espinhos, que de tão envenenados levam a morte.
Nosso exemplo é maior, que qualquer palavra ou presente. Nossa presença é um tesouro sem par, é o apoio, é o refúgio, é o porto seguro, é o colo quente e macio que embala o sono, muitas vezes conturbado pelo medo e ressentimento causados por imaturidade e incompreensão.
Oh! Silêncio seja meu companheiro, seja o selo em meus lábios, para que jamais eu magoe, peque com palavras soltas ao vento, pois uma vez soltas no ar são como flechas vão diretas no alvo, o coração provocando ferimentos, que nunca mais cessarão de sangrar, até que haja o perdão...
Ser avó é a difícil missão de ficar na retaguarda, como jogadores reservas esperando e esperando para entrar em ação e o jogo segue, a vida passa e esperamos ser requisitadas para entrar em ação, com sabedoria, com atenção, sem intromissão, fazer somente o requisitado nem mais, nem menos, para não ultrapassar as barreiras, que cabe a nossa missão...
A vida é formada por fases, e as fases vão sendo dificultadas cada vez mais e exigindo maior equilíbrio emocional, sabedoria, esforços, mais astúcia, tato, sensibilidade, amor, carinho, doação, dedicação...
Com a maturidade, vem a experiência, a sabedoria, paciência, tolerância, a compreensão de que tudo vem de Deus e com fé, se vence as dificuldades e maus momentos da vida.
Vem o entendimento de que a vida é passageira e que brevemente iremos partir, para outro lugar e que devemos deixar aqui somente lembranças de nossos exemplos, palavras e realizações...
                                                           Elisabete Lauriano
                                                          Votorantim / SP
                                                                    2005                                                                               

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