quarta-feira, 19 de outubro de 2011

História Infantil - Marlon Medroso

 

Marlon era um coelhinho, bem branquinho de olhos vermelhos e gordinho. Esse coelhinho vivia assustado, sempre pulando de lá, para cá, de cá, para lá.
Certo dia lá no meio da floresta escura e densa, esse orelhudo pulando sem parar, fugindo sem saber do que acabou por cair num buraco enorme e chorava sem parar.
Então seu choro e gritos desesperados chamaram a atenção de todos os animais, que foram chegando um por um na boca do buraco e perguntavam:
-Oh! Coelho que fazes aí?
E o coelho aflito, todo sujo, respondeu:
Eu caí aqui e não consigo sair, por mais que pule alto.
Então o macaco perguntou:
-Mas o que aconteceu que você não viu o buraco?
E Marlon respondeu:
- Eu me assustei e corri sem olhar direito por onde ia.
A cobra Marrom falou:
-Bem não importa como você caiu, importa como sairá. E logo, pois já vai anoitecer e ameaça chover, vou descer para tirá-lo bem depressa.
O orelhudo começou a gritar:
-Não, não. Eu tenho medo de você, pois é traiçoeira e venenosa, e quer me devorar.
A cobra se ofendeu e se foi, reclamando sem entender a ingratidão do coelho.
Então o elefante Barbante se propôs:
-Bem eu estenderei minha tromba até você e se agarrando a ela logo sairá, certo?
E o coelho, gritou:
-Não, não.Você é gordo e vai desbarrancar a boca do buraco e cairá em cima de mim seu balofo.
O elefante aborrecido com essas palavras se retirou abanando as orelhas enormes, reclamando a ingratidão do maroto coelho.
Todo poderoso veio o Lino Leão o rei da floresta e solícito, disse:
-Olha! Coelho eu abaixo minha cauda até você e agarrando ela, logo sairá, está bem?
E o coelho gritou:
-Não, não, pensa que não sei, você quer me tirar daqui, para depois me devorar, seu comilão, vai embora, não confio em você...
O leão rugiu aborrecido, ofendido, saiu sacudindo a juba e reclamando da ingratidão no orelhudo medroso.
O macaco Maluco que tudo via e ouvia, ficou irritado, pois a noite chegava e o coelho só chorava e ajuda não aceitava.
O macaco gritou:
-Seu burro, você vai ficar aí no buraco, vai chover e morrerá afogado. Por que não aceita ajuda de ninguém.
O coelho já tremendo de tão aflito responde:
-É que eu tenho medo de tudo e de todos, que posso fazer se sou tão pequeno e indefeso e todos querem me comer e pisar e amassar e, e, e...
O macaco gritou furioso:
-Cale-se. Você não percebeu, que por causa de seu medo, você caiu no buraco, e por causa do seu medo, desprezou a ajuda e ofendeu de todos, e a bicharada já está desistindo de você e indo embora. Não percebe que por causa de seu medo vai morrer...
E o coelho gritava, chorava e pulava, até que resolvido disse:
-Senhor macaco, macaquinho lindo, maravilhoso, você não me ajuda a sair desse buracão feio, frio, fedorento e escuro?
O macaco respondeu:
-De que jeito se sou menor que você?
E o coelho já agoniado de medo, gritava apavorado:
Por favor, faça alguma coisa, chame ajuda eu vou colaborar, eu vou aceitar a ajuda, eu vou obedecer, eu vou confiar, eu vou agradecer, eu vou ser corajoso, não vou temer, não temerei, por favor, me ajude querido macaquinho, lindinho, senão vou morrer.
O macaco solícito arrancou um cipó da árvore e jogou para dentro do buraco e o coelho saiu.
Já fora do buraco, todo sujo, com frio, com fome, tremendo, começou a chorar, chorar, chorar, sem parar. E o macaco gritou:
-O que foi agora? Porquê chora tanto criatura?
O coelho cabisbaixo olhou para o macaco e respondeu:
-É que estou envergonhado com minha atitude, realmente sempre fui dominado pelo medo, que vergonha, que farei, que farei?
O macaco pensou um pouco e disse:
-Bem já que reconheceu seu erro, não deve se envergonhar, mas sim se orgulhar por que venceu o medo que tanto te torturava e assim cresceu, amadureceu, aprendeu com essa experiência de vida.O que precisa agora é pedir desculpas aos amigos, que sinceramente te ofereceu ajuda e você desprezou e até ofendeu, que tal?
O coelho Marlon pensou, enxugou as lágrimas, agradeceu ao macaco Maluco e foi pulando com cuidado e alegremente, se desculpar e agradecer aos amigos: A cobra Marrom, o elefante Barbante e o Lino Leão.
E de tão contentes, que ficaram e mais amigos do que antes, que fizeram uma festança na floresta e dançaram a noite toda na toca do urso Hugo, ao som da chuva grossa que despencava e rimava com a música frenética da bicharada.
Depois desse dia o Marlon já não temia a mais nada, era mais cauteloso, mais contente, amigo de todos, tornou-se mais calmo, mais simpático e bem humorado.
Lá vai o coelhinho pela floresta, sem pressa, pulando para cá e para lá, alegrinho, cantando, sem medo fazendo mais e mais amigos...
Um belo dia, enquanto colhia flores para presentear dona pombinha Pedrinha, avistou um pequenino pompom no meio das roseiras, era a coelhinha Mel, marronzinha dos olhos azuis, toda faceira, rindo para ele saiu pulando, brincando de esconde-esconde, querendo namorar...
Oh! O amor, que coisa mais linda os namoradinhos se beijavam e felizes faziam planos para o futuro casamento...

                                                                  Elisabete Lauriano
                                                                     Votorantim /SP
                                                                           2005 

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